domingo, 20 de fevereiro de 2011

A Saudade ♥



Falta, vazio, coração, lembranças. Talvez essas palavras resumam as características do que vem a ser saudade.
É muito complicado falar nisso, porque eu também sou subestimado por esse sentimento que nos paralisa, tanto emocionalmente quanto psicologicamente.
Mas para entender as causas da saudade, é preciso entender como esta funciona no nosso organismo. Cada um de nós detemos um “computador portátil”, que armazena todos os nossos acontecimentos, momentos marcantes e ainda é capaz de gravar sorrisos daquela pessoa que a gente ama. Pois é, a saudade tem essa peculiaridade, ativando nosso cérebro a guardar momentos.
Mas isso não quer dizer que só guarde momentos bons, também há gravações de momentos ruins. Quem esquece da primeira briga que provocou na escola, da primeira discussão com seu pai, da primeira tapa que sofreu da sua mãe? Pois bem, é fato que também guardamos más lembranças, dependendo da interpretação de cada um, porque muitas vezes existe mal que serve para o bem. Discussões podem ser construtivas, lhe edifica e faz você uma pessoa melhor.
Mas, o enfoque principal aqui são as reações de quem sente saudade. Com certeza você já sentiu aquela dor no peito, a aceleração do seu batimento cardíaco ao lembrar daquela viagem que tanto te fez bem. Sim, é dor mesmo. E quando algo dói em nós, qual a nossa reação? O choro. Este vai fazer com que algo alivie no nosso metabolismo, nossa pulsação ficará mais saudável, vai sublimar a profundidade da dor e, quando a função do choro acabar, vamos nos levantar daquele chão no canto da parede do nosso quarto e seguir em frente.
No entanto, isso não quer dizer que resolveu nosso problema. Mais tarde, ao ouvirmos falar daquele colégio que estudamos durante tantos anos, lembrar das amizades feitas, dos colegas distantes, da praia com os amigos... fará com que caiamos em lágrimas novamente. Portanto, concluo que a saudade parte para os dois lados: um é aquele que já mencionei, o do “computador portátil”, ativando nosso sistema nervoso a gravar momentos marcantes e/ou impactantes. O outro, considerado o mais doloroso, é que, à medida que temos flashbacks daquelas situações vividas dá uma vontade louca de viver tudo outra vez. E quando nos levantamos e vamos fazer acontecer novamente, batemos de frente com uma realidade desgastante e estressante, que serve de barreira para impedir que vivamos tudo de novo.
E sabe quais são os aliados dessa “barreira-realidade”? É a distância, a comunicação escassa e não saber onde estão aquelas pessoas que vivemos aquele momento tão maravilhoso. Isso sim, serve de barreira para que possamos viver tudo novamente. É incrível como nossos amigos se afastam, perdem contato e mudam de cidade a cada ano. Isso só faz com que a distância e a saudade aumentem, e reagimos com um choro interminável.
Acho que muitos devem ter se identificado com esse texto. Quem é que não sofre com a distância dos amigos, com a saudade daquela pessoa que você não vê há anos, aquele acampamento que você não parava de rir ou daquela viagem que você teve a “certeza” de que tudo era pra sempre. Sim, pra sempre.
Muitos podem se perguntar: ele está se contradizendo, porque se fosse pra sempre, não haveria saudade. Mas sabe por que é pra sempre? Porque não conseguimos tirar de nossa memória todos aqueles acontecimentos que tanto nos deixaram felizes, aquelas pessoas tão especiais e surpreendentes que chegam ao ponto de ser impossível descrevê-las. Pra sempre em nossa memória, inesquecível para nossa consciência e incrivelmente sentimental para nosso coração.
Logo, devemos agradecer por termos esse armazenador que tem efeito bipolar. E quer um conselho? Quando bater esses insights, essas reticências que insistem em não finalizar, tente reviver tudo através do que sua imaginação pode proporcionar. Não terá a presença física das pessoas que viveram aquilo com você, mas você poderá tê-las espiritualmente, considerada a mais autêntica forma de se lembrar alguém.( Nathally Matarazzo. )

Espero que gostem e se identifiquem com o texto. Afinal, qual o ser humano que não sente saudade, não é mesmo? *-*

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